Na busca por reduzir os impactos ambientais causados pelas hélices das turbinas eólicas, startups dos EUA e Europa investem em tecnologia no setor energético
Quando falamos em produção de energia eólica, sempre associamos ela a mais limpa e sustentável tipo de energia renovável produzida no planeta. E não é por acaso; a energia eólica é umas das energias renováveis mais utilizadas no mundo e umas das principais armas na transição energética em contraposição aos combustíveis fósseis. Atualmente, a China lidera o ranking mundial na produção de energia eólica, detendo o maior parque eólico do planeta, com uma capacidade de produção de 7.965 megawatts, equivalente a um terço da capacidade mundial.
No Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o país encerrou o primeiro semestre de 2023 com um aumento de 5,1 gigawatts na capacidade instalada de geração de energia elétrica. Deste total, 2,3GW (44,63%) do total são de fontes eólicas, o que coloca o país na 6ª posição mundial. O nordeste brasileiro o local de maior instalação de parque eólicos no Brasil, sendo o estado do Piauí o que abriga o maior parque em capacidade de geração no país, cerca de 716,5MW.
Dentro desse cenário de crescimento na produção de energia eólica, podemos questionar se os fins justificam os meios quando se trata da geração de energia limpa. A instalação de parque eólicos trás muitos questionamentos sobre o seu funcionamento, uso e impacto ambiental. Estudos revelam que a força geradora de energia eólica através de suas pás produz muitas complicações aos ambientes envolvidos. Vão desde a poluição sonora e visual, causado por seu formato e funcionamento, até as eminentes colisões que atingem aves migratórias noturnas, afetando a fauna local e causando desiquilíbrio ambiental.
Neste contexto, uma empresa norte-americana desenvolveu uma turbina eólica sem pás capaz de gerar 50% a mais de energia do que os painéis de energia solar instalados no telhado ou em campos abertos. A empresa afirma que esse procedimento é 30% mais econômico do que as turbinas de hélices tradicionais e não necessita ser instalada em áreas mais distantes do centro urbano, uma vez que não há impacto do ruído gerado pelas pás. A estimativa da empresa é que essas turbinas possam gerar até 5KW de energia, o que equivale a geração de energia de cerca de 21 painéis solares residenciais.
Mas não são apenas os americanos que estão desenvolvendo essas inovações para o futuro da energia eólica; uma startup escocesa está desenvolvendo turbinas em formato hexagonal, semelhante a um favo de mel, que podem ser instalados no topo de edifícios.
Toda essa revolução na forma de geração de energia limpa e renovável é um caminho sem volta na transição energética e que o mundo caminha para se tornar um local mais verde, eficiente e sustentável. O mundo vive um momento de desaceleração da dependência dos combustíveis fósseis, muito mais prejudiciais e nocivos ao meio ambiente que qualquer ponto de impacto negativo a geração de energia limpa possa produzir. Qual será o próximo passo da evolução da geração de energia renovável? Seguimos atentos.
Jornalista: Renato Palhano